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Maiquel Vignatti
Maiquel Vignatti

21 de Maio de 2014                                                                 

Coluna    

10 mitos e verdades sobre o vinho                              


01- Quanto mais antigo um vinho, melhor?
Nem todos os vinhos são beneficiados pelo envelhecimento. O envelhecimento proporciona a evolução dos componentes do vinho, mas é necessário ter estrutura de tanino e outros componentes para que o tempo seja benéfico e nem todos os vinhos têm este requisito.. Durante o envelhecimento algumas características dos vinhos jovens como aromas de frutas frescas são substituídos por aromas mais evoluídos como os de frutas em calda e frutas secas.
Em geral vinhos brancos e espumantes não devem ser guardados, pois suas características mais importantes, o frescor e os aromas de frutas se perdem com o tempo. Alguns tintos de bom corpo e estrutura e bom teor alcoólico suportam bem o envelhecimento. Porém todo o vinho tem seu ciclo definido – nasce, evolui, atinge o auge e decai até “morrer”.


02- Apenas vinhos acima de R$ 15,00 reais são considerados bons?
Depende, mas nem sempre é verdade. No Brasil, existem vinhos de mesa ou mesmo vinhos finos de Assemblage (corte) honestos e elaborados em escala industrial com a mais alta tecnologia, não são vinhos extraordinários, mas vinhos ótimos para o dia-a-dia. No Brasil, encontramos vários vinhos ótimos com uma faixa de preço entre R$15,00 e R$30,00.


03- Peixe se come com vinho branco e carne, com vinho tinto?
Esta afirmação é verdadeira em parte. Pratos de sabor mais forte precisam de vinho com mais estrutura, para que os sabores se completem sem que um anule o outro. Um vinho muito potente junto com um prato leve vai massacrar o prato e vice-versa. Mas existem desdobramentos desta teoria, pois a forma de preparo do prato é muito importante para o sabor final. Por exemplo, algumas carnes vermelhas pouco condimentadas vão super bem com vinhos brancos, como um Chardonnay barricado.


04- Em uma refeição, deve-se servir primeiro o vinho branco e depois o tinto?
Os brancos devem ser consumidos primeiro pois geralmente são mais leves, e preparam o paladar para o próximo vinho. O tinto vem depois porque o mesmo possui mais corpo e acima de tudo taninos, que marcam na boca e tornariam a sensação de um branco (caso servido depois) imperceptível.


05- Todos os vinhos devem ser armazenados deitados?
A garrafa deitada mantém a rolha em contato com o vinho, impedindo que ela resseque e permita a entrada do ar que azedaria o vinho. Mantê-la deitada também diminui a área de oxigênio disperso dentro da garrafa. Os vinhos com rolhas sintéticas ou tampa de rosca (screw-cap), podem se guardados em pé, sem problemas.
Lembrando: A luz direta sobre a garrafa de vinhos é extremamente danosa ao vinho. A variação de temperatura, assim como as altas temperaturas também deterioram o vinho.


06- A taça em que é servido não altera o sabor do vinho?
O formato e o material das taças podem, ou não, auxiliar na liberação dos aromas e sabores do vinho, por isso fazem sim a diferença. As taças devem ser de vidro ou cristal. A dica é usar uma taça ISO para o vinho – similar a uma taça bordeuax. Para espumantes o ideal é uma taça mais alta, estilo flûte. O ideal é desmistificar, e isso passa pelo estilo de copo/taça, logo a dica é use uma taça que estiver ao alcance e sirva-se.


07- Espumantes e frisantes são a mesma coisa?
Não. Os espumantes são produzidos exclusivamente por dois métodos – Charmat ou champenoise (tradicional), que conferem gás carbônico de forma natural a bebida e podem atingir até 5 atm de pressão interna. Já os frisantes têm uma pressão menor (inferior a metade de um espumante) e podem ser elaborados com gaseificação artificial ou através de segunda fermentação, de forma natural.


08- Chacoalhar o espumante antes de abrir prejudica o sabor da bebida?
Com certeza. Agitar o espumante de forma exagerada favorece o desprendimento do gás carbônico e prejudica o seu sabor e suas virtudes, já que o gás desprendido é fundamental para definir a qualidade do produto.


09- Vinho do porto só combina com sobremesas?
Combina sim, mas não apenas com sobremesa. Os vinhos do Porto, através de suas classificações, podem indicar diferentes estilos de produto e estes podem ser servidos como aperitivos, digestivos, com sobremesas, com comidas ácidas ... enfim, em várias oportunidades.


10- Cada vinho deve ser feito apenas com um tipo de uva?
Não. Os vinhos podem ser elaborados através de “misturas de uvas” – chamados de Assemblage. Quando elaborados com uma única variedade são chamados de varietal. Quem define essa pratica é o produtor, dependendo do estilo de vinho que pretende atingir.

 

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